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sexta-feira, janeiro 28, 2011

Habito um corpo - é apenas isso.
As crianças, na rua, preparam
a morte, pisam as folhas
do acaso. Quem as olhará, neste
momento parado na praça das Flores?

Benilde, ao balcão, diz que é uma flor,
talvez a última. Mas as canções,
na rádio, desmentem qualquer sorriso
e banalizam em língua portuguesa
o milagre sem voz do amor.

Não me venham dizer que existo.




Manuel de Freitas




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