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domingo, dezembro 04, 2005

E quando chegares à dura
pedra de mármore não digas «água, água!»,
porque se encontraste o que procuravas
perdeste-o e não começou ainda a tua procura;
e se tiveres sede, insensato, bebe as tuas palavras
pois é tudo o que tens: literatura,
nem sequer mistério, nem sequer sentido,
apenas uma coisa hipócrita e escura, o livro.


Não tenhas contra ele o coração endurecido,
aquilo que podes saber está noutro sítio.
O que o livro diz é não dito,
como uma paisagem entrando pela janela de um quarto vazio.


Manuel António Pina



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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

como diria a Llansol: a finalidade de ler não é guardar na memória (...) há que ler infinitamente... TM

4/12/05 01:59  
Blogger Ricardo António Alves said...

Belo poema.

4/12/05 22:03  
Blogger PardalSuado said...

Maria, estás em força :).

4/12/05 23:23  

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