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terça-feira, junho 21, 2005

mais uma tradução em modo "caseiro"


Tenho conhecido a implacável tristeza dos lápis
arrumados nas suas caixas, dor de bloco-notas e pisa papéis
toda a miséria das pastas de argolas e da goma arábica
desolação em imaculados espaços públicos
recepções abandonadas, lavabos, central telefónica
o pathos inalterável da bacia e do cântaro
ritual de gráficos múltiplos, clips, vírgula
duplicação sem fim de vidas e objectos
e eu tenho visto pó das paredes de instituições
mais fino que farinha, vivo, mais perigoso que sílica
peneirar, quase sem se ver, por longas tardes de tédio
a espalhar uma película fina em unhas e em sobrancelhas delicadas
a esmaltar o cabelo pálido, as caras duplicadas cinzento padrão


Theodore Roethke


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2 Comments:

Blogger pedro said...

eu habituava-me a commentar aqui...

a propósito das traduções caseiras:
o "homem sem qualidades" ou o "homem sem virtudes"

22/6/05 02:40  
Blogger lebredoarrozal said...

o do musil? não sei:( nunca li nem sei alemão
habitua, habitua, os teus comentários são sempre bem vindos

22/6/05 02:50  

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